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JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia                           29                      Nº 199 - Outubro / Novembro / Dezembro - 2022






       memórias. Todos nós temos alguma lembrança dos mundiais. E é          acho que a seleção brasileira chega nesse mundial em melhores
       minha obrigação levar informações interessantes e curiosas para       condições do que os dois últimos, pelo menos. E o desafio do
       que o leitor faça essa viagem no tempo. Por exemplo: eu faço          Brasil é quebrar a hegemonia europeia que já dura quatro Copas.
       questão de informar quais emissoras de TV transmitiram os jogos
       da seleção em Copas. Essa é uma informação que interessa aos          JBO: Conte-nos um pouco sobre sua trajetória profissional e se
       fãs de futebol.                                                       a carreira jornalística teve grande peso na carreira de escritor.


       JBO:  No  livro  “Biografia  das  Copas  do  Mundo”,  o  que  os      R.: As duas coisas estão ligadas. Escrever livros foi uma consequ-
       apaixonados pelo campeonato poderão encontrar?                        ência do trabalho que eu sempre fiz como jornalista. Eu comecei
                                                                             a trabalhar ainda no primeiro ano da faculdade, em 1996. Minha
       R.: O livro foi ampliado, na comparação com a edição de 2018,         primeira casa foi a Eldorado, emissora do Grupo Estado. Era uma
       e também ficou uma obra interativa. Em várias páginas, o leitor       rádio que não tinha transmissão esportiva, mas me dava espaço
       tem à disposição um QR Code para ouvir narrações de rádio das         para fazer reportagens históricas sobre as Copas. Em 2005, fui
       Copas.  Eu sou um jornalista de rádio e tenho uma ampla pesqui-       chamado para integrar a equipe de reportagem da Jovem Pan.
       sa com os áudios e nada mais justo do que dividir com o público       Nunca  fiz  cobertura  de  esportes  na  Pan,  mas  jornalistas  como
       essas gravações.                                                      Flávio Prado e Mauro Beting sempre apoiaram o meu trabalho
                                                                             de pesquisa.
       JBO: O subtítulo do livro faz uma referência às diferentes
       formas de cobertura: Rádio, TV e Jornais. Como você dividiu           JBO: Conte-nos também sobre seu próximo lançamento: “A
       isto em seu livro? Na sua visão, qual destes meios de comuni-         trilogia do tricampeonato”.
       cação é mais atrativo e por quê?
                                                                             R.: Olha, o meu sonho era escrever um livro sobre a Copa de
       R.: Olha, acho que todos os veículos têm a sua atratividade. A        1970. O Biografia das Copas “furou” essa fila. O livro sobre o
       força da imagem é muito grande e, claro, há um predomínio da          tricampeonato foi lançado em 2020 e eu gostei tanto de fazer
       televisão.  Mas é preciso lembrar que em muitas edições apenas        esse livro que eu resolvi voltar no tempo e escrever sobre as duas
       o rádio transmitia os jogos ao vivo. E mais: em 1930 e 1934 você      primeiras conquistas da seleção: 1958 e 1962. O mais bacana é
       só saberia o resultado de um jogo da seleção em Copas do Mun-         que já me cobram para escrever sobre as Copas de 1994 e 2002.
       do pelas páginas dos jornais. Ao longo do livro, eu tento equilibrar   Estou torcendo para o Brasil ganhar agora em 2022 para lançar
       e contar qual papel desses veículos na informação sobre as Copas.     mais outro. Quem sabe!


       JBO: Qual jogo da Copa do Mundo foi mais marcante
       para você? Por quê?

       R.: É difícil dizer. Eu nasci em 1976 e a primeira Copa que eu me
       lembro bem foi a de 1986. Mas eu gosto de falar muito sobre as
       Copas que eu não vi, como a de 1970. Sou fã daquela seleção.
       Mas eu cito a final da Copa de 1994, pois foi a primeira vez que
       eu vi a seleção brasileira ser campeã e minha família estava toda
       reunida. Eis a memória afetiva sendo ativada.

       JBO: Na sua opinião, qual foi o melhor jogador da Copa do Mundo?

       R.: Para mim, Pelé é imbatível, insuperável. Ele é o único a ga-
       nhar três Copas como jogador e, na minha opinião, ele é o maior
       embaixador que o futebol brasileiro já teve. O mundo passou a
       conhecer melhor o Brasil por causa dele.

       JBO: Existe o Thiago escritor, que fez esse profundo trabalho de
       pesquisa sobre as Copas. Conte-nos: como é o Thiago torcedor?
       Como gosta de acompanhar e assistir aos jogos? Você fica nervoso,
       ansioso quando está assistindo a uma partida da Copa?

       R.: Eu me considero, até hoje, mais torcedor do que escritor. Os
       livros são minha válvula de escape para quem, diariamente, fala
       sobre política na Jovem Pan. Então, os livros são uma diversão e
       menos um trabalho. Eu gosto de assistir a Copa em casa e gravar
       todos os jogos. Essa é a minha diversão. Como todo mundo, fico
       nervoso com a seleção.


       JBO: Para você, quais são os times favoritos para a próxima Copa?
       Tem algum palpite para quais times disputarão a final?

       R.: Eu torço muito para uma final entre Brasil e França. Acho que
       todas as seleções que já foram campeãs são sempre favoritas.
       Creio que será uma Copa equilibrada, como foi a de 2018. Mas
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