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JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia 24 Nº 199 - Outubro / Novembro / Dezembro - 2022
AGOSTO - DIA A DIA DO CONSULTÓRIO
Especial Copa Star e SBO 17/08/2022
Coordenadores: Mário Motta,
Sérgio Fernandes, Almir Ghiaroni.
ser decorrente de paralisia oculomotora, lesão do gânglio ciliar,
Qual a importância do exame das pupilas?
alterações locais na íris e bloqueio medicamentoso, e de miose,
devido a Síndrome de Horner ou alterações locais na íris, como
Dr. Mário Monteiro irite, sinéquias, etc. A avaliação do defeito aferente relativo é
A semiologia da pupila é uma etapa funda- primordial para avaliação da integridade da via óptica anterior
mental do exame oftalmológico. No exame (retina, nervo, quiasma e trato óptico). Dessa forma, podemos
da pupila deve-se fazer a pesquisa do reflexo diferenciar lesões da via óptica anterior de muitas afecções ocu-
fotomotor (direto e consensual), da sincinesia
lares que não causam defeito pupilar aferente, como erros re-
acomodação-convergência, verificando-se a
fracionais, alterações de transparência da córnea e cristalino e
resposta pupilar ao estímulo visual para perto,
mesmo a maioria das afecções localizadas de retina. Além disso,
a avaliação do diâmetro pupilar em diferentes níveis de ilumina-
ção e, principalmente, testa-se a existência de defeito aferente auxilia em quadros de simulação, bem como na separação de
relativo. Permite, ainda, a identificação de midríase, que pode afecções da via óptica anterior e daquelas da via óptica posterior.
da doença, nós realizamos exames clínicos (ex.: fundoscopia sob
Que critérios você usa para fechar o diagnóstico de glaucoma
midríase e gonioscopia) e exames complementares anátomo-
em um paciente com pressão 21mmHg, na primeira consulta?
-funcionais (retinografia, OCT e perimetria automatizada). Com
os resultados em mãos, buscamos por características anatômicas
Dr. Thiago Prata
(no disco óptico, na camada de fibras nervosas peripapilar e na
A avaliação do paciente suspeito de glauco-
região macular) e funcionais que indiquem a presença do glau-
ma é o dia a dia do nosso consultório. No
coma. Havendo correspondência entre os achados anatômicos e
caso apresentado, eu busco a resposta de
funcionais, aumenta-se o valor preditivo dos resultados encon-
três perguntas principais: se o paciente tem
trados e a chance do paciente ter a doença. Por fim, para deter-
glaucoma, em que estágio está e qual o tipo
minar o tipo de glaucoma, devemos nos basear, principalmente,
do glaucoma. Muitas vezes, recebemos pacientes em tratamento
há anos sem, contudo, ter o seu tipo de glaucoma definido, in- nos achados clínicos da biomicroscopia e da gonioscopia (sendo
formação essencial para individualização do tratamento e prog- esta última muito importante, embora infelizmente nem sempre
nóstico da doença. Para a avaliação da presença e severidade realizada) e na história clínica do paciente.
patia. É fundamental que todos os pacientes diabéticos te-
Como acompanhar as alterações retinianas
nham pelo menos uma retinografia de base no momento do
de um paciente diabético?
diagnóstico. Após isso, sendo acompanhados anualmente, se
Dr. Ricardo Japiassu iniciarem o processo de retinopatia diabética, é importante a
O diabetes, após 10 anos de doença, pode análise multimodal (retinografia, angiografia fluoresceínica e
afetar a retina em cerca de 25% dos pacien- OCT). O acompanhamento com exames de imagem deve ser
tes. O controle glicêmico adequado, com anual, semestral, trimestral ou até mensal, de acordo com a
hemoglobina glicada abaixo de 7.0mg%, é classificação da gravidade da retinopatia diabética, desde não
de suma importância para evitar a retino- proliferativa leve até proliferativa.
Para assistir a esta Live na íntegra, acesse https://www.youtube.com/watch?v=8-M5hVmgy3Q