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JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia               9            Nº 211 - Outubro/Novembro/Dezembro - 2025








      conhecimento adequado direciona para ações efetivas de   pressão intraocular, até os irrelevantes, como a ingestão de
      tratamento e prevenção por parte dos portadores e dos fa-  bebidas alcoólicas. “Conhecer corretamente os fatores de
      miliares, mas também da população geral”, diz.           risco para o aparecimento do glaucoma é de fundamental
                                                               importância do ponto de vista de saúde pública, pois o glau-
      Esse desconhecimento, alerta Dr. Emílio Suzuki, leva as pes-  coma é uma doença assintomática até suas fases tardias”,
      soas a tratamentos sem evidência científica, e, por consequ-  destaca Dr. Ricardo.
      ência, ao agravamento da doença. “Quando identificado a
      tempo, o glaucoma pode ser controlado com colírios, laser   De acordo com Dr. Emílio, é essencial que a população sai-
      ou cirurgia, preservando a visão do paciente. Por isso, insisti-  ba que a idade (acima de 40 anos) é um fator de risco para
      mos tanto para que o brasileiro procure o oftalmologista pe-  o glaucoma, assim como o uso excessivo de corticoide, his-
      riodicamente, mesmo sem sintomas. Prevenir é sempre mais   tórico familiar, alta miopia, diabetes e alta pressão arterial.
      eficaz, mais simples e menos oneroso do que tratar a ceguei-  “Vale a pena dizer que a pressão elevada por si só não é
      ra instalada”, reforça Dr. Oswaldo Ferreira Moura Brasil.  glaucoma, mas é um fator de risco e favorece o aparecimen-
                                                               to da doença. Também pessoas que têm alta hipermetropia
      O desconhecimento dos fatores de risco torna o quadro ain-  têm chance maior de desenvolver o glaucoma de ângulo
      da mais complexo. Nas respostas dos entrevistados, con-  fechado, que não é tão comentado. Essas pessoas precisam
      correm diferentes fatores, desde os mais relevantes, como a   de monitoramento de perto”, acrescenta.
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